Estava remando meu caiaque a beira do mangue,
vi um ponto vermelho entre as raízes suspensas,
ao me aproximar, o ponto vermelho ia também ganhando tons de laranja.
não era um crustáceo qualquer,
era um Senhor Caranguejo,
com uma majestosa carapaça.
contei pra ele minha história, de onde eu vinha,
jurei lealdade a todos os meus ideais,
choraminguei os meus problemas,
contestei o mundo e seus caminhos.
com suas mãos de alicate, remexia a lama
sua armadura fechada no abdômen o mantinha protegido
os olhos suspensos me fitavam.
por vezes, o indaguei.
mas ele permanecia imóvel, em silêncio,
estudava-me, parecia portar um pequeno sorriso,
sarcástico ao ver meu descontrole!
apontou para um peixe morto na lama,
eu remei pra longe,
já havia entendido a mensagem.
eu... um peixe fora d’água,
sábio, muito SÁBIO!
Sair da caverna, da água, da matrix... quantas mais coisas existem para se sair delas?
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