Em um dia de céu aberto, eles começaram a chegar junto com o nascer do sol, em bando, aos milhares. Compulsivos pela beirada do mar, eu de minha toca vejo todos eles se aproximarem. Passam horas aqui, se alimentam na areia e fazem suas necessidades no mar.
Eu os chamo de pessoas-gafanhoto.
A noite começa a cair e a grande maioria volta pras suas tocas, alguns, teimam em ficar fixados em suas cadeiras de alumínio, consumindo seus líquidos em lata, com a pele vermelha tal qual um tomate. Quando saem, deixam um enorme rastro espalhado por toda a beirada.
Com a chegada da lua, o local de reunião muda, passa a ser a calçada de concreto mais a frente, lá da beira, consigo ver o interminável vai e vem das luzes, o roncar de suas maquinas e a música que é repetida à exaustão, não vão a lugar nenhum, andam em círculos, a intenção é apenas ser visto.
As cenas vão se repetindo dia a dia, entre nós, os caranguejos nativos, fica uma sensação de incapacidade, um ar triste e desarmônico passa a vigorar.
O que era para ser uma data festiva, tranquila, boa, positiva, se torna algo assustador e mesmo animalesco.
ResponderExcluirsoh lembrando que nem todo visitante é uma pessoa-gafanhoto!!!! ótimo texto como de costume, não perde a forma!!!!!
ResponderExcluire pelo visto as pessoas gafanhotos vão estragar a praia até o carnaval!
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