vim te apresentar um irmão
um irmão que você ainda não conheceu
de uma outra mesma nação
que chama de pai
o mesmo pai que é seu
( . . . )
o sol ferve soberano no céu sem nuvens
o sertão estala e a sola chega a rachar
a pele enrugada e avermelhada
o sofrimento que fala com o olhar
rios são veias mortas sem sangue
cortando um corpo pedindo piedade
falecendo solitário
desejando ter vontade
festejando e tentando se lembrar
de um tempo que não se viveu
a igualdade mostra a costela pela pele
a alegria jogada na catinga, apodrece
ao norte de um chão rachado sem desistir
existe um povo com sede de resistir
de repente o quintal virou um cemitério
o juazeiro da seus últimos suspiros
o santo parece estar de mãos atadas
não pode conceber um alívio
porque tamanha judiação?
tanto descaso com a sua condição
distanciado o nosso coração secou
e você apenas reza pra chover!
os olhos tristes se calam
ao ver a paisagem opaca
a água salgada que escorre
corta como uma faca
a mata em bege sonha verde
o menino descalço sonha homem
a terra batida acorda cinza
na esperança de fugir da fome
a cidade grande quase some
escondida por “de trás” da vontade
de pisar de novo naquele chão
rachado pela desigualdade!
j0t4.erre
poeta contemporaneo, arte pura isso ai!
ResponderExcluirparabéns!
PUTA QUE PARIU!! TUAS LETRAS SÃO IMBATIVEIS!!! PAPO SERIAUM, NÃO DEVE NADA A NENHUM DOS MAIORES DO BRASIL!!! PARABÉNS MOLEKEE!
ResponderExcluir