... a todos aqueles que lutam pelo bem comum.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

chão rachado






vim te apresentar um irmão
um irmão que você ainda não conheceu
de uma outra mesma nação
que chama de pai
o mesmo pai que é seu



( . . . )


o sol ferve soberano no céu sem nuvens
o sertão estala e a sola chega a rachar
a pele enrugada e avermelhada
o sofrimento que fala com o olhar
rios são veias mortas sem sangue
cortando um corpo pedindo piedade
falecendo solitário
desejando ter vontade
festejando e tentando se lembrar
de um tempo que não se viveu


a igualdade mostra a costela pela pele
a alegria jogada na catinga, apodrece
ao norte de um chão rachado sem desistir
existe um povo com sede de resistir


de repente o quintal virou um cemitério
o juazeiro da seus últimos suspiros
o santo parece estar de mãos atadas
não pode conceber um alívio
porque tamanha judiação?
tanto descaso com a sua condição
distanciado o nosso coração secou
e você apenas reza pra chover!


os olhos tristes se calam
ao ver a paisagem opaca
a água salgada que escorre
corta como uma faca
a mata em bege sonha verde
o menino descalço sonha homem
a terra batida acorda cinza
na esperança de fugir da fome
a cidade grande quase some
escondida por “de trás” da vontade
de pisar de novo naquele chão
rachado pela desigualdade!


j0t4.erre


2 comentários:

  1. poeta contemporaneo, arte pura isso ai!
    parabéns!

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  2. PUTA QUE PARIU!! TUAS LETRAS SÃO IMBATIVEIS!!! PAPO SERIAUM, NÃO DEVE NADA A NENHUM DOS MAIORES DO BRASIL!!! PARABÉNS MOLEKEE!

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